SAUDADE DE MARIA FLOR
Na seca do meu sertão
O Cabloco faz a viola
suar
Maria Flor deve ouvir
Algumas léguas daqui
Esse bonito cantar
A viola chora alto
Uma canção de
esperança
Ao imaginar a
distância
Que ocê deixou aqui
Ao ouvir nossa canção
O rebanho soluçou
Quando a saudade dói
mué
Mas amor, sinto por
ocê
Abro os zoios de
vagar
Veja a beleza nascer
Lembro a fita no
cabelo
O riso que vem de ocê
Sabe que sou cabra
macho
Vou pegar na roçadeira
Vou lhe dar o seu
sustento
Mio mandioca farofa e
feijão
Sou sertanejo
solitário
Roceiro pobre lascado
Sem gado, sem carro,
sem muié
"O peito mim
soluçar
Afaga minha
saudade"
Mas ouço os pássaros
cantar
Uma canção a mimar
Que soa o grande
desejo
Do sabor dos seus
beijos
Tenho o sabor da vida
Experiência vivida
No sofrimento da
terra
Na seca de amar
No puxado da viola
No amor da famía
Na saudade de Maria
Minha rainha flor
Rainha dos cabritos
No brió dos seus
zoios
Que me chama atenção
Ao caminho dos seus
braços
Na sua pele morena
Tenho minha alegria
A inocência da flor
Muié da minha vida
Vou sair dessa seca
Viajar sem destino
Na terra grande
estrada de chão
Só levo minha viola
E a saudade do sertão
Talvez para outro
planeta
Ou mesmo para a
capital
Vou encontrar minha
sorte
Maria minha flor
Vou com o coração
gemendo
Com os zoios
escorrendo
Água de sofrimento
Mas trago de volta
ocê
E um simples
sertanejo
Cantava sua canção
Santo Antonio ouviu
tudo
De olhos arregalados.
Tânia M de J B de
Melo
29-08-2014
07:18 horas de Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário